domingo, 24 de abril de 2011

E então veio a primavera ...


E então veio a primavera. Finalmente o domingo de páscoa. O dia do renascimento. Mas agora não apenas o renascer de Jesus Cristo. Ele fez o que pôde. Ele defendeu os fracos e os oprimidos. E certamente há de ser muito forte para o fazê-lo. Porém não já não era o suficiente. Havia também um dia alguém de vir para defender os fortes e opressores. E eis que Nietzsche veio ao mundo. Não havia outro jeito, alguém precisava agora abençoar o mal para poder em fim criar a paz, a redenção, para criar o ser humano que será um ser total. Um humano não negador da vida, mas um humano onde o bem e o mal estejam juntos de mão dadas se amando incondicionalmente. Será o fim da guerra contra si mesmo. Não será também esse o final da guerra contra os outros? Almas negras e brancas finalmente dançando juntas a dança do novo amanhecer. Apenas um! Agora seremos apenas um! Eis o grito que o novo tempo traz para finalmente criar serenidade.
Jesus e Nietzsche foram dois opostos. Foram duas metades. Foram dois irmãos. Jesus mostrou a beleza que havia em uma metade da vida, e Nietzsche mostrou a beleza que havia na metade oposta. Mas agora é um novo renascer. Um renascer sem metades. Um renascer sem separação. Agora é a hora de ver beleza em todas as partes. O tempo chegou trazendo novos ares. Jesus sem Nietzsche não tem leveza suficiente para ver bondade na opressão, e Nietzsche sem Jesus não tem força suficiente para ver beleza e dança naquilo que é simples. Consolo sem esclarecimento apenas perpetua o sofrimento, e esclarecimento sem consolo não traz nenhum tipo de paz. Jesus sem Nietzsche e Nietzsche sem Jesus não podem trazer a nova música do amanhã. A canção da nova primavera. A explosão do novo renascer.
Foi-se o tempo do belo Jesus Cristo, e depois foi-se também a época do grande Friedrich Nietzsche. O mundo precisou de ambos. Mas agora é uma nova época. O grande dia onde ambos estarão juntos abraçados dançando e espalhando a nova fragrância do ser humano total. O fim da guerra. Chegou o tempo da reconciliação. Chegou o tempo do novo renascer. Eu já escuto o seu cantar nas flores que estão brotando. Já não há como deter a nova primavera.

Nenhum comentário: