quarta-feira, 15 de abril de 2009

Irrepresentáveis


Meu amigos, não é nenhuma novidade que os políticos sejam, de maneira geral, corruptos e incapazes de resolver os nossos problemas. Isso é um fato praticamente inquestionável. Mas o que dizem os moralistas conservadores sobre isso? Eles sempre dizem que a culpa é do povo que não sabe escolher os seus repersentantes. Que se o povo fosse instruído, ele seria capaz de escolher políticos bons que cuidariam bem de nossos países e que assim não teríamos tantos problemas.
Senhores, não existe mentira maior do que essa, não acreditem nesses fanfarrões, primeiro porque quando eles falam isso, enchem o peito e o dizem se excluindo desse “povo que não sabe votar”, como se a culpa fosse dos outros que não votaram nos candidatos deles, como se os seus candidatos fossem mudar alguma coisa. Falam isso para não admitir para si mesmos que são tão incapazes e medíocres quanto a massa, querem se achar superiores, pobres coitados.
Mas a pior parte desse argumento é a idéia de que somos nós quem realmente escolhe nossos representantes. Isso é um absurdo tão grande que eu confesso que não entendo como as pessoas não conseguem perceber a estupidez desse pensamento. O ser humano é único, e apesar de apresentarmos semelhanças entre nós, somos todos direfentes. Pensamos diferentemente, nos vestimos de forma diferente, comemos coisas diferentes, sonhamos coisas diferentes, desejamos coisas difentes, acreditamos em coisas diferentes, e por aí vai. Só aqui no Brasil somos mais de 180 milhões de pessoas cada uma com suas particularidades e diferenças perante as outras. Dentro dessa diversidade toda se vem em época de eleições com uns 5 ou 6 candidatos, sendo que quase sempre apenas 2 ou 3 verdadeiramente participam da disputa, dizendo-se que devemos escolher o que vai nos representar. Nós somos obrigados a resumir toda a nossa diversidade em apenas uns 2 ou 3 modelos, que inclusive não fomos nós que escolhemos, mas que foram impostos em cima da gente como únicas opções. Eles já foram escolhidos, e tudo que podemos fazer é dizer: Quero esse ou aquele. Mas e se eu não quiser nenhum deles? E se eu não quiser essa forma de governo? E se eu simplesmente não quiser ser governado por ninguém? Eu tenho essa opção? Claro que não, a única escolha que eu posso fazer é entre os 2 ou 3 já escolhidos. Não posso fugir disso, não tenho esse direito. Eles me dão apenas essa mísera e ridícula capacidade de escolha e ainda querem que eu acredite que a culpa é minha por não escolher direito os meus representantes. Isso só pode ser uma piada de mau gosto.
Senhores, não sejamos mais idiotas, nós não podemos mais nos resumir simplesmente a alguns poucos modelos, nós somos muito mais do que isso. Chega de aceitar esses personagens sempre se impondo como nossas únicas opções, chega de acreditar que somos representáveis. Não, nós não o somos. Cada um tem desejos, idéias, vontades, crenças que não podem ser representadas por ninguém além de si mesmos. Sejamos livres para decidir o rumo de nossas vidas, sejamos livres para governar a nós mesmos, sejamos livres para criar nossa própria moral, sejamos simplesmente livres. A democracia representativa é uma ilusão que no fundo não passa de uma tirania disfarçada. Só não enxerga isso quem não quer.

terça-feira, 7 de abril de 2009

La voko



Al vi mi devas diri la veron
mi estas neniu imperiisto
mi ne plu eltenas la anglan
kaj tial mi iĝis esperantisto

Ĝi estas mia lingvo kara
la lingvo de la feliĉeco
ĝi apartenas al neniu lando
sed al la homa libereco

Homaro hodiaŭ mi vin vokas
ĉar ni devas ŝanĝi tiun aĉan mondon
tiu tasko ne estas facila
sed ni ankoraŭ havas la tutan estonton