quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Contradições


Vivemos hoje em um mundo majoritariamente dominado pelo sistema capitalista, e indiscutivelmente vivemos em um mundo em que existem vários problemas sociais, muitas vezes problemas extremos. Só pra citar um dado, o PIB do Haiti é de aproximadamente US$ 6 bilhões de dólares (2005), sendo que sua população é de aproximadamente 7,5 milhões de habitantes (julho de 2003), por outro lado, o Bill Gates possui sozinho um patrimônio estimado em cerca de US$ 60 bilhões de dólares, ou seja, o Haiti todo precisaria trabalhar durante 10 anos sem gastar nenhum tostão para poder produzir a riqueza equivalente a que o tio Bill possui sozinho.

Pode-se até usar o argumento de que o Bill Gates conseguiu acumular essa riqueza de forma honesta (apesar disso também ser altamente discutível), mas mesmo assim para mim isso de maneira nenhuma justifica tamanha diferença, tamanha injustiça.

Não estou aqui querendo colocar a culpa dos problemas do mundo no Bill Gates, de maneira nenhuma, a culpa é de vivermos em um sistema que não apenas permite esse tipo de coisa, mas também incentiva esse acumulo de capital. O sistema capitalista tem problemas que são intrínsecos a ele, pois quem tem muito dinheiro pode investir e assim gerar ainda mais dinheiro, e para quem não o tem só resta viver de acordo com as regras impostas, aumentando assim a já enorme desigualdade social existente. Daí vem aquela famosa frase: “Os ricos ficam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres”. Apesar de ser um clichê, é a mais pura verdade.

O sistema capitalista se baseia na concorrência, na disputa entre os indivíduos, e como em toda disputa, alguns ganham e alguns perdem, isso é um problema sistêmico, alguns tem que perder, é inerente a existência do capitalismo. Por que não se pensar em um sistema em que todos podem juntos ganhar? Por que alguns têm que perder?

Einstein uma vez disse uma frase que para mim simboliza muito bem por onde deve passar a solução para esse problema, eis a frase: "Os problemas nunca podem ser resolvidos no mesmo nível de pensamento que os criou".

Achar que o próprio capitalismo pode solucionar suas contradições e os problemas que estão intrínsecos a sua existência, não passa de uma ilusão, talvez algumas reformas aqui e outras leis ali possam amenizar alguns problemas, mas não solucioná-los. Creio que é necessário se pensar em soluções que sejam definitivas, por mais utópicas que elas pareçam ser, é necessário tentar. Não vejo outra saída senão romper com o sistema do capital. Como o próprio Einstein disse, é necessário ter outro nível de pensamento.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Nia mondo


Hodiaŭ mi nur volas disvastigi al la legantoj de mia blogo ektimigan informon pri la distribuaĵo de la monda riĉeco. Estis divastigata dum la fino de la pasinta jaro por la Unuiĝintaj Nacioj (UN) raporton kiun havas la sekvantajn informojn: Proksimume la 2% pli riĉaj homoj el la planedo posedas ĉirkaŭ la duono de la monda riĉeco, kaj la 10% pli riĉaj posedas ĉirkaŭ 85% de ĝi. Nun la surpriziga informo, la 50% pli malriĉaj posedas nur ĉirkaŭ 1% de la monda riĉeco.

Mi volus skribi grandan pripenso pri tiu fako, sed mi pensas ke tio tute ne estas necesa, la informoj diras por si mem. Laŭ mi ekzistas neniun penson kiun povas praviĝi kiel akceptebla tian grandan maljustaĵo.

La monda sistemo urĝe bezonas grandegan ŝanĝon!

terça-feira, 14 de agosto de 2007

O nosso mundo


Hoje quero apenas compartilhar com os leitores do meu blog um dado assustador sobre a distribuição das riquezas no planeta. Foi divulgado no final do ano passado pela Organização das Nações Unidas (ONU) um relatório contendo os seguintes dados: Cerca de 2% dos adultos mais ricos do planeta possuem mais da metade da riqueza mundial, enquanto que os 10% mais ricos possuem cerca de 85% da mesma. Agora pasmem, os 50% mais pobres do planeta possuem aproximadamente apenas 1% da riqueza mundial.

Eu tinha pensado em escrever uma longa reflexão sobre esse tema, mas realmente acho que não é necessário. Esses dados falam por si só. No meu ponto de vista não existe argumento nenhum que possa justificar como aceitável tamanha injustiça.

Uma mudança radical do sistema vigente no planeta é necessária, e é urgente!

sábado, 11 de agosto de 2007

Salário único


Um tema que tem voltado as minhas reflexões nos dias de hoje é a questão da existência de um salário único para todas as profissões (que fossem honestas). Isso seria algo como remunerar os trabalhadores de maneira igualitária pela hora trabalhada.

O problema principal que eu vejo em se remunerar de maneira diferente a profissões diferentes, é que acaba criando-se certas profissões que “dão dinheiro” e outras que “não dão dinheiro”, e essa diferenciação não é feita pela importância para sociedade da profissão (como se existisse uma profissão mais importante do que outra), mas é feita pela capacidade de se gerar lucro em cima dessa profissão, por exemplo, trabalhos que são feitos nas áreas humanas, como psicologia, ciências sociais, pedagogia, entre outros, quase sempre tem uma remuneração infinitamente menor do que a de um engenheiro. O engenheiro pode gerar enormes lucros para grandes empresas, logo seu salário pode ser alto, mas os benefícios das outras profissões que citei acima são mais voltados ao ser humano e não ao lucro, logo o salário delas é bem menor. Será que essa mentalidade de se colocar o dinheiro na frente do ser humano é realmente correta? Certamente não é, pelo menos pra mim não.

Eu vou um pouco mais além, acho que até mesmo os trabalhadores como, por exemplo, os pedreiros, jardineiros, garis, profissões essas que não exigem uma grande quantidade de estudo para serem realizadas, também deveriam ter remuneração iguais as outras, pois indiscutivelmente a nossa sociedade precisa de pessoas que construam prédios e outras que limpem ruas, não há como viver sem elas, essas são profissões extremamente necessárias e igualmente dignas as outras. Dizer que essas profissões são inferiores é admitir que tenham que existir pessoas sujeitas a trabalhos inferiores, logo essas pessoas seriam também inferiores, pois se não fossem estariam em profissões melhores, e sinceramente eu não acredito que numa sociedade tenha que existir pessoas inferiores, eu acredito muito na igualdade.

Essa diferenciação entre profissões que dão dinheiro e profissões que não o dão, acaba fazendo com que muitas pessoas escolham as suas, não de acordo com suas capacidades ou de acordo com aquilo que se sentiriam realizadas fazendo, mas de acordo com a possibilidade de se ganhar dinheiro. Por exemplo, muitas pessoas que são extremamente apaixonadas por música ou por artes, acabam se tornando advogados ou médicos simplesmente porque são profissões que dão dinheiro. A partir daí o trabalho dessas pessoas deixa de ser uma fonte de prazer e bem-estar, deixa de ser algo que ela faz por amor e passa a ser uma obrigação a mais que ela tem em sua vida. Se o salário fosse igual para todas as profissões, as pessoas seriam verdadeiramente livres para escolher seu trabalho de acordo com suas capacidades e suas vocações.

Como o próprio Karl Marx uma vez disse: “A cada qual segundo suas habilidades e a cada qual segundo suas necessidades”

Um argumento contrário a essa idéia de salário único é o de que ao se fazer isso, por exemplo, no caso de “condenar” um médico a ganhar a mesma coisa que um jardineiro, não se estaria dando muito valor à vida, pois como os médicos tratam da vida das pessoas eles deveriam ganhar mais. Mas na verdade eu penso justamente o contrário, é justamente por dar valor a vida que eu gostaria que os médicos ganhassem o mesmo que todos os outros, pois eu acho que quem cuida da saúde das pessoas deveria fazer isso porque gosta de fazer, por amor a ajudar ao próximo, e não por amor a ganhar dinheiro. A vida é muito importante para ser tratada como mercadoria!

Enfim, eu entendo que a adoção de um salário único na sociedade do jeito que ela é hoje, seria uma medida talvez fadada ao fracasso, pois alguns avanços sociais teriam que ser atingidos antes de se tomar essa decisão. Acho difícil de imaginar isso dar certo enquanto os meios de produção forem privados e estiverem nas mãos de poucas pessoas, mas isso não é motivo para se desistir da idéia, muito pelo contrário, tudo que seja a favor de uma sociedade melhor tem que ser levado adiante, por mais difícil que seja sua implementação. Como eu sempre gosto de dizer: um outro mundo sempre é possível.

Uma coisa que sinceramente eu não consigo entender é como algumas pessoas podem ter tanto medo de uma palavra tão bonita como igualdade.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Ditadura do capital


Nos dias de hoje é comum vermos os meios de comunicação associarem o modelo capitalista à liberdade. Ao se fazer uma análise superficial sobre o tema pode-se até chegar à conclusão de que isso seria uma verdade, pois os indivíduos são livres para ganhar a vida como quiserem, além de poderem ser donos dos meios de produção e ordená-la de acordo com os seus desejos.

Porém ao analisarmos mais cuidadosamente a situação, vemos o aparecimento de certas regras “invisíveis”, as leis de mercado, que acabam limitando a liberdade e a própria individualidade das pessoas.

É sabido, por exemplo, que falta comida a muitas pessoas no nordeste, mas se uma pessoa compra um grande pedaço de terra nessa região o que acontece? Ela faz um estudo das necessidades sociais ou faz um estudo de mercado? Ela vai perceber que o poder aquisitivo dos esfomeados é quase nulo, logo a produção de alimentos básicos como arroz e feijão não lhe daria muito lucro, mas ao contrário, se ela produzir cana-de-açúcar e exportar para produção de biocombustíveis, seus lucros seriam imensos. Como o capitalismo é um sistema “livre”, ela terá a liberdade de escolher, e obviamente vai escolher o caminho dos biocombustíveis, mas nesse caso o que acontece com as pessoas que estavam sem comida? Onde será que está a liberdade delas? Nesse caso vemos que a liberdade promovida pelo capitalismo é a dos ricos de enriquecerem cada vez mais e a dos pobres de morrerem de fome.

Outro ponto que cabe reflexão é sobre a mídia de massa, no Brasil hoje em dia, assim como em toda América latina e no resto do mundo, sabe-se que existem muitos pensadores ou intelectuais que tem opiniões com tendências esquerdistas e contrárias ao capitalismo, só pra citar alguns exemplos, Chico Buarque, Gabriel Garcia Márquez, José Saramago, Oscar Niemeyer, Noam Chomsky entre muitos outros, porém apesar de terem opiniões admiradas por muitas pessoas, elas são completamente censuradas pelos grandes veículos de comunicação. Ou você acha que algum dia algum deles vai ter uma coluna na Veja? Dizem que no capitalismo existe liberdade de expressão, o que é uma grande mentira, a mídia sendo privada, não tem uma preocupação com a formação de bons cidadãos, ela se preocupa com o seu lucro, pois sendo uma empresa ela não pode funcionar tendo prejuízo, e para isso faz uso do seu poder como formadora de opinião para justificar um sistema que beneficia a ela mesma, excluindo e difamando, muitas vezes com mentiras, qualquer coisa que vá contra sua ideologia. Assim textos e opiniões de pessoas como as citadas acima são completamente censuradas, restando apenas sua publicação em jornais periféricos de pouco alcance comparado com o das grandes empresas de comunicação. Do ponto de vista da idéia censurada, não faz diferença se ela foi censurada pelo estado ou pela cúpula editorial de um jornal, o efeito é o mesmo. Ela não chega à população.

Uma vez Lenin disse: “A liberdade de imprensa de uma sociedade burguesa consiste na liberdade dos ricos para fraudar, desmoralizar e ridicularizar sistemática e incessantemente as massas exploradas e oprimidas do povo”.

Eu poderia ficar aqui citando vários exemplos de exclusão e imposições impregnadas na sociedade pelo sistema capitalista, e o farei em outra oportunidade, mas por hoje acho que isso aqui está bom, queria deixar apenas só mais um recado, muitas pessoas nos dizem que o mundo infelizmente é assim e agente tem que aprender a conviver com isso, como se as leis de mercado fossem algo que estivessem impregnados na natureza do planeta, mas isso não é verdade, se o mundo é assim, nós podemos mudá-lo. Existem outras alternativas diferentes do capitalismo, um outro tipo de sociedade é possível. Desigualdade não é lei de vida!

domingo, 5 de agosto de 2007

O começo


Ultimamente minha cabeça tem sido um grande emaranhado de pensamentos. Por muitas vezes até mesmo o simples ato de dormir tem se tornado uma tarefa complicada devida a grande atenção que tenho dirigido a algumas idéias que surgem na minha mente como alternativas a construção de um mundo melhor.

São idéias na maioria das vezes utópicas e normalmente incompreendidas e desacreditadas pela maioria das pessoas, mas afinal, que utopia não é realizável? Eu não sei, pois para mim se uma idéia não é utópica ela não vale a pena ser levada adiante, e como a própria história já mostrou várias vezes, utopias de uns se tornam realizações de outros.

Na verdade queria apenas poder transmitir um pouco do que penso a outras pessoas, digo um pouco, pois sei que palavras são sempre muito mais limitadas do que idéias, logo transmitir meus pensamentos como eles existem dentro de mim é uma tarefa impossível, mas enfim, o que eu quero aqui é apenas colocar algumas reflexões sobre a mesa, sem nenhum compromisso em querer ser o dono da verdade, até porque talvez isso nem exista. O importante é que as pessoas reflitam sobre as coisas que acontecem no mundo, e para isso dou a minha pequena contribuição construindo esse Blog.

Então faça bom proveito! Reflita sempre sobre as coisas e nunca se esqueça de que um outro mundo é possível, apesar do que dizem.