quarta-feira, 19 de março de 2008

Do you speak english?


Certo dia estava sentado conversando com uma amiga da República Tcheca e com um amigo da Suíça, ao princípio conversávamos sobre músicas e um deles me perguntou se no Brasil as pessoas escutavam muitas músicas vindas dos países vizinhos, dizendo a verdade falei que aqui nós basicamente, além de músicas brasileiras, só escutamos músicas vindas do EUA, com raras exceções. O engraçado foi que a resposta dos dois à mesma pergunta foi igual a minha, nos seus países praticamente só se ouviam musicas feitas no próprio país ou então músicas americanas. Depois disso começamos a conversar sobre filmes, e mais uma vez foi engraçado verificar que com os filmes, tanto na televisão como nos cinemas, acontecia a mesma coisa, filme estrangeiro, quase sempre do Tio Sam.
Estávamos em um encontro de esperantistas e depois dessa conversa saímos perguntando às outras pessoas as mesmas coisas, e confirmamos que na Holanda, Colômbia, Dinamarca, Itália, entre outros, o mesmo se passava, enfim, isso é internacional.
Porque será que isso acontece? Será que os filmes americanos são muito melhores que os demais? Os cantores de lá são melhores? A cultura do EUA é muito mais interessante do que as outras? Com certeza nada disso. As vezes nós não percebemos mas a imposição do inglês como língua internacional funciona como mais uma ferramenta do domínio imperialista norte-americano. É uma imposição que leva povos vizinhos e amigos a não saberem nada um sobre o outro. Por exemplo, qual foi a ultima vez que você leu alguma notícia sobre o Uruguai? Fiz uma breve pesquisa nos canais da TV a cabo aqui de casa e descobri que dos canais estrangeiros 82% são americanos, que coisa, não?
Vemos o mundo ficar cada vez mais massificado, vemos pessoas de todos os lugares assimilando e colocando em prática valores importados da cultura americana, que na maioria das vezes não tem nada a ver com sua própria cultura. A imposição de uma língua nativa como língua internacional tem esse problema, isso é incompatível com a enorme diversidade cultural que existe no planeta, essa imposição dizima costumes, massifica as pessoas, faz línguas menores desaparecerem, enfim, não respeita nenhum tipo de diversidade, diversidade que é algo inerente aos seres humanos.
Aceitar o inglês como língua internacional é aceitar tudo isso que eu disse acima, é aceitar o domínio e a imposição ideológica-cultural de uma nação perante todas as outras, é concordar com a própria submissão. Por isso é que eu gosto tanto do esperanto, não apenas porque é fácil de se aprender, mas principalmente porque é uma língua neutra, é uma língua que não é de ninguém e ao mesmo tempo é de todo mundo, é uma ferramenta lingüística a favor da liberdade e da diversidade do ser humano, por isso costuma-se dizer: Para cada povo sua língua, para todos os povos, esperanto. Aprender esperanto é muito mais do que apenas conhecer mais uma língua, aprender o esperanto é lutar por um ideal de liberdade e de verdadeiro respeito às diferentes culturas. Por isso eu o amo tanto, por isso eu sempre falo sobre ele, e é por isso que no mundo todo existem muitos outros iguais a mim.

terça-feira, 11 de março de 2008

Io pri anarkio


Por montri al la homoj ion pri anarkio, mi trovis etan tekston de grava anarkiista pensisto kiu nomiĝas Joseph Proudhon kaj mi tradukis ĝin al esperanto kun la helpo de mia sveda amiko Alf. Laŭ mi kvankam simpla kaj eta, la teksto estas ja bona. Do, jen ĝi:

"La anarkistoj imagas societon en kiu la homaj rilatoj ne estus faritaj per leĝoj aŭ per truditaj aŭ elektitaj aŭtoritatoj, sed faritaj per interkonsento inter ĉiuj sociaj interesoj kaj la sumo de la sociaj moroj - ne mobilizitaj per leĝoj, rutinoj aŭ per superstiĉo - sed je senĉesa evoluo, ŝanĝante por plaĉi al la ĉiamaj kreskantaj homaj bezonoj je libera vivo, akcelita pro la scienca progreso, pro novaj inventaĵoj kaj pro la senĉesa evolucio de la pliboniĝantaj ideoj. Do ne ekzistus aŭtoritatoj por direktigi ĝin. Neniu homo direktigus alian homon."


Verŝajne baldaŭ mi metos ĉi tien aliajn tekstojn pri anarkio.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Algumas coisas que andei lendo por aí ...


No meio da minha nova busca por textos sobre anarquia acabei encontrando algumas pessoas que viam na filosofia taoísta algumas semelhanças com o ideal anárquico. Fiquei bem curioso, até porque eu não sabia nada sobre o taoísmo, então resolvi pegar um livro sobre esse tema pra ver do que se tratava. Acabei comprando o Tao Te Ching, que foi o livro que serviu como obra inspiradora para o taoísmo, e confesso que fiquei maravilhado com muitas coisas que estavam escritas lá. O livro é composto por poemas, e de fato me pareceu que alguns deles lembram bastante a filosofia anarquista no sentido de que as pessoas devem se autogovernar e não ser obrigadas a fazerem as coisas pela força das armas ou pelo poder das leis. Enfim, achei o Tao Te Ching uma leitura bem interessante, e só para ilustrar vou deixar aqui um dos poemas que eu mais gostei. Aproveitem!

A força do agir sem esforço

Pela retidão se governa um país e pela prudência se conduz um exército.

Mas é pela não-ação que é regido o Universo.

Como saber se isto é verdade? São estes os fatos: É evidente por si mesmo.

Num reino a multiplicidade de proibições gera a pobreza do povo.

Quando mais proibições existem, tanto mais o povo empobrece.

Quanto mais incentivos para aumentar o lucro, maior a desordem no clã e no Estado.

Quando mais destreza possuem os homens, mais estranhas são as artimanhas para vencê-la.

Quando mais aprimorada é a legislação e a censura, maior número de assaltantes aparecem.

Quando os homens só pensam em si mesmos, abundam os ladrões.

Prepara-se a revolução quando os homens só pensam em si mesmos.

Abundam ladrões e salteadores quando o governo só confia em leis e decretos para manter a ordem.

Pelo que diz o sábio: Não intervenho! E eis que por si mesma prospera a vida na sociedade.

Não intervindo em seus negócios e o povo por si mesmo alcançará a felicidade.

Mantenha-me imparcial! E por si mesma floresce a ordem.

Não nutro desejos pessoais!

E eis que por si mesmo tudo vai vem.