terça-feira, 9 de dezembro de 2008

A violência das leis (Liev Tolstói)




Muitas constituições foram criadas de modo a fazer com que as pessoas acreditassem que todas as leis estabelecidas atendiam a desejos expressos pelo povo. Mas a verdade é que não só nos países autocráticos, como naqueles “supostamente” mais livres as leis não foram feitas para atender a vontade da maioria, mas sim a VONTADE DAQUELES QUE DETÊM O PODER. Portanto elas serão sempre, e em toda a parte, aqueles que MAIS VANTAGENS POSSAM TRAZER À CLASSE DOMINANTE E AOS PODEROSOS. Em toda a parte e sempre, as leis são impostas utilizando os únicos meios capazes de fazer com que algumas pessoas se submetam à vontade de outras, isto é, pancadas, perda da liberdade e assassinato. Não há outro meio.
Nem poderia ser de outro modo, já que as leis são uma forma de exigir que determinadas regras sejam cumpridas e de obrigar determinadas pessoas a cumpri-las (ou seja, fazer o que outras pessoas querem que elas façam) E ISSO SÓ PODE SER OBTIDO COM PANCADAS, PERDA DA LIBERDADE E COM A MORTE. Se as leis existem, é necessário que haja uma força capaz de obrigar as pessoas a respeitá-las. E só há uma força capaz de fazer com que alguns seres se submetam à vontade de outros e esta força é a violência. Não a violência simples, que alguns homens usam contra seus semelhantes em momento de paixão, mas uma VIOLÊNCIA ORGANIZADA, usada por aqueles que têm o poder nas mãos para fazer com que os outros obedeçam à sua vontade.
Assim, a essência da legislação não está no sujeito, no objeto, no direito, na idéia do domínio da vontade coletiva do povo ou em qualquer outra condição tão confusa e indefinida, mas sim no fato de que AQUELES QUE CONTROLAM A VIOLÊNCIA ORGANIZADA DISPÕEM DE PODERES PARA FORÇAR OS OUTROS A OBEDECÊ-LOS, fazendo aquilo que eles querem que seja feito.
Assim, uma definição exata e irrefutável para legislação, que pode ser entendida por todos, é esta:
“AS LEIS SÃO REGRAS FEITAS POR PESSOAS QUE GOVERNAM POR MEIO DA VIOLÊNCIA ORGANIZADA, QUE, QUANDO NÃO ACATADAS, PODEM FAZER COM QUE AQUELES QUE SE RECUSAM A OBEDECÊ-LAS SOFRAM PANCADAS, A PERDA DA LIBERDADE E ATÉ MESMO A MORTE.”

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O novo imperador


Eu confesso que já fui por muito tempo uma pessoa bastante otimista, alguém que vivia acreditando que o mundo estava para se tornar um lugar melhor e que coisas boas estavam para acontecer, porém hoje, depois de ler, aprender e viver algumas coisas eu percebo que na maioria das vezes o otimismo que eu tinha era fruto apenas da minha ignorância e da minha incapacidade de compreender direito as coisas.
Hoje o Barak Obama foi eleito presidente dos EUA e por isso pessoas do mundo inteiro estão comemorando por acreditar que isso vai significar uma mudança efetiva nas políticas desse país, vejo muitos esperançosos de que os terríveis anos de Bush se tornarão em breve coisa do passado e de que o mundo esta agora entrando em uma época melhor. Senhores! Eu mais do que todos vocês gostaria de acreditar que os EUA parariam de invadir outros países, que eles parariam de se auto-intilular como donos do mundo, que eles parariam de olhar para a América latina como se ela fosse o quintal da casa deles, que eles acabariam com o embargo econômico, comercial e financeiro a Cuba que já dura 46 anos, que os imigrantes nesse país passariam a ser vistos com solidariedade e que a dívida dos países pobres seria toda perdoada. Gostaria muito de acreditar que os próximos anos marcariam o fim desse imperialismo americano sangue-suga, arrogante e prepotente no mundo.
Meus caros amigos, eu sonho com essas coisas todos os dias, gostaria muito de poder acreditar que tudo isso está para acontecer, mas infelizmente o meu bom senso não me permite. Eu sei que existem diferenças entre Mcain e Obama, mas todas elas são apenas maquiagens dentro de uma mesma visão política Imperialista baseada sempre no lucro, com os EUA sendo eternamente os donos do mundo. Sei que dentro desse mesmo contexto o Mcain, o Bush e sua cambada são bem mais conservadores, com idéias que muitas vezes beiram o próprio fascismo, mas mesmo assim não se enganem, o fundo ideológico e político do Obama é o mesmo dos outros, é o amor desenfreado ao capitalismo, ao nacionalismo, ao militarismo e a soberba americana, só muda a forma, mas o conteúdo é o mesmo.
De fato, não creio que haverá mudança significativa nenhuma e é uma pena que toda essa onda de otimismo mundial esteja baseada apenas em uma mera ilusão. Do fundo do meu coração eu gostaria muito de poder compartilhar desse sentimento que tomou conta de muitas pessoas hoje, mas infelizmente não dá, já cansei de me enganar.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Eleição e alienação


Estamos muito perto de uma eleição aqui no Brasil e gostaria de fazer algumas considerações sobre o tema. É muito comum ouvir nessas épocas que um dos problemas aqui no Brasil é que a população é muito alienada e que por isso acaba quase sempre escolhendo os políticos errados, e que daí surgem nossos inúmeros problemas. Mas porquê será que a população é alienada? Claro que não existe uma única razão para isso, é bem verdade que um pouco disso passa pelo problema de educação e coisa e tal, mas não quero entrar nesse detalhe, o que quero mostrar aqui é que nós todos somos alienados principalmente porque o sistema de governo, o sistema de poder que existe é totalmente alienante. Vou explicar melhor: Aqui no Brasil existem eleições a cada 2 anos, ou seja, a cada 730 dias, isso significa que participação direta da população nas decisões que dizem respeito a como governar a sociedade se limita a apenas uma vez a cada 730 dias dizer quero que esse ou que aquele nos governe nos próximos anos. Durante todos os outros 729 dias a única coisa que cabe ao cidadão comum é ser governardo e obedecer às decisões tomadas pelos seus eleitos, que efetivamente são os únicos que governam. Por isso que todos nós somos alienados, nós somos completamente excluídos das decisões tomadas, são sempre eles que decidem por nós, eles nos enganam com essa mentira descarada que é a “democracia representativa”, essa ilusão absurda de que o povo pode efetivamente ser representado por uma dúzia de políticos, essa representatividade é apenas mais uma forma de dominação, uma maneira de manter a população governarda e enganada, a fazendo pensar que é ela que está no poder. Efetivamente não importa se o governo é de direita ou de esquerda, ele sempre será governo e a população governada, democracia só pode de verdade existir se for participativa, direta, exercida pelas próprias mãos do povo.
O engraçado disso tudo é saber que essa coisa toda acontece com o nosso consentimento, pois no dia da eleição quando damos o nosso voto a algum candidato, seja ele quem seja, estamos dizendo sim a isso tudo, estamos mostrando aos nossos governantes que queremos continuar sendo governados. Esse “direito de cidadão”, esse “voto consciente”, continuará mantendo todos nós nessa maldita alienação. Não aceite essa submissão. Vote nulo!

Para terminar, aqui vai uma citação do Bakunin:

"Assim, sob qualquer ângulo que se esteja situado para considerar esta questão, chega-se ao mesmo resultado execrável: o governo da imensa maioria das massas populares se faz por uma minoria privilegiada. Essa minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários e pôr-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem duvida disso não conhece a natureza humana".

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Salvem os bancos! / Savu la bankojn!


Há alguns dias o senhor Bush revelou sua vontade de injetar 700 bilhões de dólares na economia americana (mais precisamente nos bancos) para salva-lá da crise em que essa se encontra no momento. Não sei se essa medida realmente será efetivada e tampouco quero entrar no mérito se ela resolverá o problema ou não, o que quero dizer aqui é outra coisa.
O mundo tem muitos problemas há muito tempo, as pessoas tem muitos problemas há muito tempo, e uma coisa que eu acho engraçada é que eu nunca escutei nada sobre um pacote de 700 bilhões para ajudar a pobreza no mundo, para amenizar a fome dos esfomeados, para construir casa para os sem-tetos, ou então para curar os doentes que não tem acesso a médicos e medicamentos. Agora, quando os bancos ficam doentes e falidos, Ah! Isso não! Há de se fazer algo. Tomem 700 bilhões!
Enfim, mais uma vez fica claro que o que realmente importa nessa sociedade capitalista é o dinheiro e quem o tem, já o ser humano, Ah! Esses não fazem a menor diferença. Que morram de fome!

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Antaŭ kelkaj tagoj sinjoro Bush rivelis lian volon pri meti 700 bilionojn de dolaroj en la usuna ekonomiko (pli precize en la bankoj) por savi ĝin kontraŭ la krizo en kie ĝi troviĝas nun. Mi ne scias se tiu ago vere efektiviĝos kaj mi ankaŭ ne volas diskuti se ĝi solvos la problemon aŭ ne, kion mi volas diri ĉi tie estas alia afero.
La mondo havas multajn problemojn de antaŭ longe, la homoj havas multajn problemojn de antaŭ longe, kaj mi pensas ke estas tre remarkinda ke mi neniam aŭdis ion ajn pri donaĵo de 700 bilionoj por helpi la malriĉeco je la mondo, por helpi la malsatantojn kontraŭ la malsato, por konstrui hejmojn al la sen-hejmantoj aŭ por kuraci la malsanulojn kiuj ne havas kuracistojn kaj medicinojn. Tamen, kiam bankoj malsaniĝas kaj bankrotiĝas, Nu! Tio ne! Oni devas fari ion. Prenu 700 bilionoj!
Finfine, alifoje oni povas vidi ke la vera gravaĵo en tiu kapitalisma societo estas la mono kaj kiuj ĝin posedas, aliflanke, la homoj, Nu! Tiuj estas tute malgravaj. Ke ili mortu pro malsato!

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Mia unua esperanta poeziaĵo


Poezio pri verda revo

Nia flago estas verda
kaj la amo nia gvidant’
nia direkto estas la paco
kaj nia ilo, esperant’

Pri senlima mondo ni revas ĉiutage
kaj ni klopodas por mirinda estontec’
Se esperanto eterniĝus tutmonde
ĉies estus la feliĉec’

Karaj geamikoj miaj
ne sidiĝu laceme sur iu benk’
ĉar kune ni devas marŝi
rekte al la fina venk’

domingo, 11 de maio de 2008

A ilusão do sufágio universal (Mikhail Bakunin)


Os homens acreditavam que o estabelecimento do sufrágio universal garantia a liberdade dos povos. Mas infelizmente esta era uma grande ilusão e a compreensão da ilusão, em muitos lugares, levou à queda e à desmoralização do partido radical. Os radicais não queriam enganar o povo, pelo menos assim asseguram as obras liberais, mas neste caso eles próprios foram enganados.

Eles estavam firmemente convencidos quando prometeram ao povo a liberdade através do sufrágio universal. Inspirados por essa convicção, eles puderam sublevar as massas e derrubar os governos aristocráticos estabelecidos. Hoje depois de aprender com a experiência, e com a política do poder, os radicais perderam a fé em si mesmos e em seus princípios derrotados e corruptos. Mas tudo parecia tão natural e tão simples: uma vez que os poderes legislativo e executivo emanavam diretamente de uma eleição popular, não se tornariam a pura expressão da vontade popular e não produziriam a liberdade e o bem estar entre a população?

Toda decepção com o sistema representativo está na ilusão de que um governo e uma legislação surgidos de uma eleição popular deve e pode representar a verdadeira vontade do povo. Instintiva e inevitavelmente, o povo espera duas coisas: a maior prosperidade possível combinada com a maior liberdade de movimento e de ação. Isto significa a melhor organização dos interesses econômicos populares, e a completa ausência de qualquer organização política ou de poder, já que toda organização política se destina à negação da liberdade. Estes são os desejos básicos do povo. Os instintos dos governantes, sejam legisladores ou executores das leis, são diametricamente opostos por estarem numa posição excepcional.

Por mais democráticos que sejam seus sentimentos e suas intenções, atingida uma certa elevação de posto, vêem a sociedade da mesma forma que um professor vê seus alunos, e entre o professor e os alunos não há igualdade. De um lado, há o sentimento de superioridade, inevitavelmente provocado pela posição de superioridade que decorre da superioridade do professor, exercite ele o poder legislativo ou executivo. Quem fala de poder político, fala de dominação. Quando existe dominação, uma grande parcela da sociedade é dominada e os que são dominados geralmente detestam os que dominam, enquanto estes não têm outra escolha, a não ser subjugar e oprimir aqueles que dominam. Esta é a eterna história do saber, desde que o poder surgiu no mundo. Isto é, o que também explica como e porque os democratas mais radicais, os rebeldes mais violentos se tornam os conservadores mais cautelosos assim que obtêm o poder. Tais retratações são geralmente consideradas atos de traição, mas isto é um erro. A causa principal é apenas a mudança de posição e, portanto, de perspectiva.

Na suíça, assim como em outros lugares, a classe governante é completamente diferente e separada da massa dos governados. Aqui, apesar da constituição política ser igualitária, é a burguesia que governa, e é o povo, operários e camponeses, que obedecem suas leis. O povo não tem tempo livre ou educação necessária para se ocupar do governo. Já que a burguesia tem ambos, ela tem de ato, se não por direito, privilégio exclusivo. Portanto, na Suíça, como em outros países a igualdade política é apenas uma ficção pueril, uma mentira.

Separada como está do povo, por circunstâncias sociais e econômicas, como pode a burguesia expressar, nas leis e no governo, os sentimentos, as idéias, e a vontade do povo? É possível, e a experiência diária prova isto. Na legislação e no governo, a burguesia é dirigida principalmente por seus próprios interesses e preconceitos, sem levar em conta os interesses do povo. É verdade que todos os nossos legisladores, assim como todos os membros dos governos cantonais são eleitos, direta ou indiretamente, pelo povo.

É verdade que, em dia de eleição, mesmo a burguesia mais orgulhosa, se tiver ambição política, deve curvar-se diante de sua Majestade, a Soberania Popular. Mas, terminada a eleição, o povo volta ao trabalho, e a burguesia, a seus lucrativos negócios e às intrigas políticas. Não se encontram e não se reconhecem mais. Como se pode esperar que o povo, oprimido pelo trabalho e ignorante da maioria dos problemas, supervisione as ações de seus representantes? Na realidade, o controle exercido pelos eleitores aos seus representantes eleitos é pura ficção, já que no sistema representativo, o controle popular é apenas uma garantia da liberdade do povo, é evidente que tal liberdade não é mais do que ficção.

sábado, 19 de abril de 2008

A culpa é do Fidel / La kulpo estas de Fidel


Não, esse não é um texto sobre Fidel Castro, na verdade eu apenas queria fazer aqui uma propaganda de um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos, é um filme francês que se chama “La faute à Fidel / A culpa é do Fidel ”. Apesar do nome, a história não tem nada a ver com Fidel e nem com Cuba, o filme conta a história de uma garotinha francesa de uns 9 anos de idade que tem pais comunistas, avós burgueses conservadores e estuda em uma escola católica, isso tudo em meio a uma época (1970) em que o mundo vivia conturbações políticas como a chegada de Allende ao poder no Chile e a ditadura do general Franco na Espanha. O legal do filme é que ele mostra todas essas coisas de um ponto de vista de uma garotinha de 9 anos, além de mostrar como que isso afeta o seu crescimento. Realmente vale a pena assistir, ainda mais para aqueles que querem fugir um pouco dos filmes Hollywoodianos de sempre.


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Ne, ĉi tio teksto ne temas pri Fidel Castro, fakte mi nur volis fari reklamon pri unu el la plej bonaj filmoj kiujn mi vidis lastatempe, ĝi estas franca filmo kiu nomiĝas “La faute à Fidel / La kulpo estas de Fidel”. Kvankam ĝia nomo, la historio tute ne temas pri Fidel aŭ Kubo, la filmo rakontas la historio de franca knabino kiu aĝas pli malpli 9 jarojn, havas komunistajn gepatrojn kaj burĝajn konservemajn geavojn, kaj studas en katolika lernejno, tio ĉio dum epoko (1970) kiam la mondo trapasis politikajn malordaĵojn kiel la alveno de Allende al la povo en Ĉilio kaj la diktaturo de la generalo Franco en Hispanio. La rigardindaĵo el la filmo estas ke ĝi montras tiujn aferojn per vidpunkto el naŭ-aĝa knabino kaj ankaŭ kiel tio influas sian kreskadon. Ĝi estas vere vidinda, kaj eĉ pli por tiuj kiuj volas iomete fuĝi el la ĉiamaj filmoj el Hollywood.


sexta-feira, 11 de abril de 2008

Anarkia ebleco / Possibilidade de anarquia


Ofte oni diras ke anarkio estas tre bela ideo, sed ke ĝi tamen tute ne eblas. Ĉu tio pravas? Oni diras ke la homoj ne pretas vivi anarkie ĉar ofte ili ne estas sufiĉe bonkoraj. Mi konsentas ke la malbonkoreco estas grava obstaklo por ke oni atingu anarkian societon, fakte ĝi estas obstaklo por ke oni atingu ĉiojn bonajn aferojn, tamen kelkfoje mi pensas ke la malbonkoreco ne nur estas la kaŭzo de nia nuna socio, sed precipe ke ĝi estas ties efiko. La socio en kiu ni vivas forte influas niajn pensojn kaj agadojn, se ni do ŝanĝu la socion, ni iel ankaŭ ŝanĝu la homojn mem. Tamen kompreneble tiu ŝanĝo devas okazi nur libervole.

Kelkfoje oni demandas al mi: Ĉu la mondo pretas por anarkio? Mi vere ne scias tian respondon, sed laŭ mi tio ne estas la korekta demando, unue oni devas demandi: Ĉu mi pretas por anarkio? Fakte oni ne devas atendi la pliboniĝon de la mondo por pliboniĝi sin mem, se vi kredas en pli belan socion kaj se vi jam povas iel ĉiutage vivi laŭ tia ideo, do kion vi atendas? Ne gravas kion pensas la mondo, ne gravas ke la aliaj ankoraŭ ne komprenas tian ideon, kio gravas estas ke vi vivu laŭ viaj pensoj kaj laŭ via volo, certe jam ekzistas multajn aliajn homojn kiuj ankaŭ pretas vivi anarkie.

Unufoje, grava anarkiista pensisto kiu nomiĝis Errico Malatesta jam diris: “Ne gravas do se anariko okazos hodiaŭ, morgaŭ aŭ post dek jarcentoj, kio gravas estas ke oni iru en tiun direkton hodiaŭ, morgaŭ kaj ĉiam.”

Do, sanon, pacon kaj anarkion al ĉiuj!


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Constantemente se diz que a anarquia é uma idéia muito bonita, mas que porém ela não é realizável. Será que isso é verdade? Se diz que os homens não estão prontos para viver anarquicamente pois muitas vezes eles não são boas pessoas. Eu concordo que a maldade muitas vezes é um grande obstáculo para que se atinja uma sociedade anárquica, na verdade ela é um obstáculo para que se atinja qualquer coisa boa, porém as vezes eu penso que a maldade não é apenas causa de nossa sociedade atual, mas que ela é principalmente seu efeito. A sociedade em que nós vivemos influencia fortemente nossos pensamentos e nossas atitudes, logo se nós mudássemos a sociedade, de alguma forma nós também estaríamos mudando as pessoas em si, porém, compreensivelmente essa mudança tem que acontecer voluntariamente.

As vezes me perguntam: Será que o mundo esta pronto para a anarquia? Sinceramente não sei esse tipo de resposta, mas para mim essa não é a pergunta correta, primeiramente há que se perguntar: Será que eu estou pronto para a anarquia? De fato as pessoas não devem esperar a melhora do mundo para melhorar a si mesmos, se você acredita em uma sociedade mais bonita e já pode, de alguma forma, todos os dias viver de acordo com esse pensamento, então o que você está esperando? Não importa o que o mundo pensa, não importa que os outros não compreendam essas idéias, o que importa é que você viva de acordo com os seus pensamentos e suas vontades, certamente já existem muitas outras pessoas que também estão prontas para viver a anarquia.

Uma vez, um importante pensador anarquista, que se chama Errico Malatesta já disse: “Não se trata, portanto, de chegar à anarquia hoje ou amanhã, ou em dez séculos, mas caminhar rumo a anarquia hoje, amanhã e sempre”.

Então, saúde, paz e anarquia a todos.


quarta-feira, 19 de março de 2008

Do you speak english?


Certo dia estava sentado conversando com uma amiga da República Tcheca e com um amigo da Suíça, ao princípio conversávamos sobre músicas e um deles me perguntou se no Brasil as pessoas escutavam muitas músicas vindas dos países vizinhos, dizendo a verdade falei que aqui nós basicamente, além de músicas brasileiras, só escutamos músicas vindas do EUA, com raras exceções. O engraçado foi que a resposta dos dois à mesma pergunta foi igual a minha, nos seus países praticamente só se ouviam musicas feitas no próprio país ou então músicas americanas. Depois disso começamos a conversar sobre filmes, e mais uma vez foi engraçado verificar que com os filmes, tanto na televisão como nos cinemas, acontecia a mesma coisa, filme estrangeiro, quase sempre do Tio Sam.
Estávamos em um encontro de esperantistas e depois dessa conversa saímos perguntando às outras pessoas as mesmas coisas, e confirmamos que na Holanda, Colômbia, Dinamarca, Itália, entre outros, o mesmo se passava, enfim, isso é internacional.
Porque será que isso acontece? Será que os filmes americanos são muito melhores que os demais? Os cantores de lá são melhores? A cultura do EUA é muito mais interessante do que as outras? Com certeza nada disso. As vezes nós não percebemos mas a imposição do inglês como língua internacional funciona como mais uma ferramenta do domínio imperialista norte-americano. É uma imposição que leva povos vizinhos e amigos a não saberem nada um sobre o outro. Por exemplo, qual foi a ultima vez que você leu alguma notícia sobre o Uruguai? Fiz uma breve pesquisa nos canais da TV a cabo aqui de casa e descobri que dos canais estrangeiros 82% são americanos, que coisa, não?
Vemos o mundo ficar cada vez mais massificado, vemos pessoas de todos os lugares assimilando e colocando em prática valores importados da cultura americana, que na maioria das vezes não tem nada a ver com sua própria cultura. A imposição de uma língua nativa como língua internacional tem esse problema, isso é incompatível com a enorme diversidade cultural que existe no planeta, essa imposição dizima costumes, massifica as pessoas, faz línguas menores desaparecerem, enfim, não respeita nenhum tipo de diversidade, diversidade que é algo inerente aos seres humanos.
Aceitar o inglês como língua internacional é aceitar tudo isso que eu disse acima, é aceitar o domínio e a imposição ideológica-cultural de uma nação perante todas as outras, é concordar com a própria submissão. Por isso é que eu gosto tanto do esperanto, não apenas porque é fácil de se aprender, mas principalmente porque é uma língua neutra, é uma língua que não é de ninguém e ao mesmo tempo é de todo mundo, é uma ferramenta lingüística a favor da liberdade e da diversidade do ser humano, por isso costuma-se dizer: Para cada povo sua língua, para todos os povos, esperanto. Aprender esperanto é muito mais do que apenas conhecer mais uma língua, aprender o esperanto é lutar por um ideal de liberdade e de verdadeiro respeito às diferentes culturas. Por isso eu o amo tanto, por isso eu sempre falo sobre ele, e é por isso que no mundo todo existem muitos outros iguais a mim.

terça-feira, 11 de março de 2008

Io pri anarkio


Por montri al la homoj ion pri anarkio, mi trovis etan tekston de grava anarkiista pensisto kiu nomiĝas Joseph Proudhon kaj mi tradukis ĝin al esperanto kun la helpo de mia sveda amiko Alf. Laŭ mi kvankam simpla kaj eta, la teksto estas ja bona. Do, jen ĝi:

"La anarkistoj imagas societon en kiu la homaj rilatoj ne estus faritaj per leĝoj aŭ per truditaj aŭ elektitaj aŭtoritatoj, sed faritaj per interkonsento inter ĉiuj sociaj interesoj kaj la sumo de la sociaj moroj - ne mobilizitaj per leĝoj, rutinoj aŭ per superstiĉo - sed je senĉesa evoluo, ŝanĝante por plaĉi al la ĉiamaj kreskantaj homaj bezonoj je libera vivo, akcelita pro la scienca progreso, pro novaj inventaĵoj kaj pro la senĉesa evolucio de la pliboniĝantaj ideoj. Do ne ekzistus aŭtoritatoj por direktigi ĝin. Neniu homo direktigus alian homon."


Verŝajne baldaŭ mi metos ĉi tien aliajn tekstojn pri anarkio.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Algumas coisas que andei lendo por aí ...


No meio da minha nova busca por textos sobre anarquia acabei encontrando algumas pessoas que viam na filosofia taoísta algumas semelhanças com o ideal anárquico. Fiquei bem curioso, até porque eu não sabia nada sobre o taoísmo, então resolvi pegar um livro sobre esse tema pra ver do que se tratava. Acabei comprando o Tao Te Ching, que foi o livro que serviu como obra inspiradora para o taoísmo, e confesso que fiquei maravilhado com muitas coisas que estavam escritas lá. O livro é composto por poemas, e de fato me pareceu que alguns deles lembram bastante a filosofia anarquista no sentido de que as pessoas devem se autogovernar e não ser obrigadas a fazerem as coisas pela força das armas ou pelo poder das leis. Enfim, achei o Tao Te Ching uma leitura bem interessante, e só para ilustrar vou deixar aqui um dos poemas que eu mais gostei. Aproveitem!

A força do agir sem esforço

Pela retidão se governa um país e pela prudência se conduz um exército.

Mas é pela não-ação que é regido o Universo.

Como saber se isto é verdade? São estes os fatos: É evidente por si mesmo.

Num reino a multiplicidade de proibições gera a pobreza do povo.

Quando mais proibições existem, tanto mais o povo empobrece.

Quanto mais incentivos para aumentar o lucro, maior a desordem no clã e no Estado.

Quando mais destreza possuem os homens, mais estranhas são as artimanhas para vencê-la.

Quando mais aprimorada é a legislação e a censura, maior número de assaltantes aparecem.

Quando os homens só pensam em si mesmos, abundam os ladrões.

Prepara-se a revolução quando os homens só pensam em si mesmos.

Abundam ladrões e salteadores quando o governo só confia em leis e decretos para manter a ordem.

Pelo que diz o sábio: Não intervenho! E eis que por si mesma prospera a vida na sociedade.

Não intervindo em seus negócios e o povo por si mesmo alcançará a felicidade.

Mantenha-me imparcial! E por si mesma floresce a ordem.

Não nutro desejos pessoais!

E eis que por si mesmo tudo vai vem.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Novos rumos


Como pôde-se perceber, o ultimo texto que escrevi foi em esperanto. Isso é uma tentativa minha de tornar o blog mais internacional, para que pessoas de todos os povos possam ler sobre algumas das coisas que eu penso, além disso espero que de alguma forma essa prática de escrever textos em esperanto (que espero que seja mais frequente a partir de agora) sirva como estimulo para os interessados aprenderem essa língua que eu tanto amo e que tanto influenciou o meus pensamentos e a minha forma de ver o mundo. Enfim, desculpem pela longa ausência aqui nesse blog, mas pra mim ela foi extremamente proveitosa, espero que bons textos estejam por vir.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Reveno


Post multe da tempo mi finfine reskribas ĉi tie. Mi iomete pardonpetas al la legantoj sed mi bezonis tiun tempon por pensi pri kelkaj aferoj, miaj ideoj ofte ne estis tre klara ĉe mia kapo. Dum la lastaj monatoj multajn aferojn okazis ĉe mi, do pro tio mi iomete ŝanĝis kelkajn pensojn, kaj tio okazis precipe pro esperanto, tial mi pensis ke mia unua reskribado devus esti en esperanto. Nuntempe finfine mi trovis mian vojon, nun mi ne plu timas pri miaj pensoj, tio ne signifas ke ili neniam ŝanĝos, sed signifas ke nun mi ne dubas pri kion mi devas kredi. Miaj ideoj nun ofte temas pri anarkio, esperanto kaj vera libereco, poste mi klarigos pli bone kion mi pensas pri tiaj ideoj, do verŝajne baldaŭ mi metos aliajn tekstojn ĉi tie, tion mi esperas.