segunda-feira, 22 de março de 2010

O não-caminho


Não há o que fazer. Não há para onde ir. A existência já nos dá tudo aqui e agora. A própria busca por algo é fruto do nosso desconhecimento sobre a vida. O ser humano nasce iluminado, ele é iluminado. Ele não tem que buscar isso, ele tem apenas que perceber que não há o que buscar, pois ele já é. Quando se percebe essa verdade, então a partir do não-agir, sem absolutamente nenhum esforço, sem nenhuma vontade, o milagre acontece. Nesse ponto a pessoa pela primeira vez nasce de verdade. Nesse momento, no absoluto silêncio, a vida e o homem passam a ser um só. Não há mais barreiras, não há mais limites. Quando a busca some, quando a expectativa some, então tudo vira um. A pessoa deixa de ser e apenas a pura existência passa a ser. Não há mais o que fazer. Nunca houve o que fazer. O fazer e o querer fazer sempre foram obstáculos. A vida está aqui e agora. Esse exato instante, quando experimentado em profundo silêncio, contém todos os segredos de todo o universo. Tudo é um. Não há mais fronteiras. Há apenas uma doce celebração da vida.